Tudo começou com um mail a perguntar se não queria ir ao programa da Júlia, respondi imediatamente que agradecia o convite, mas que já tinha um casamento de sonho (tive o cuidado de mandar uma cópia desta minha resposta para a minha mulher, para ela ver que mereço um PDA no Natal). Fiquei depois a saber que afinal, a Júlia tem mais uma série de programas, um dos quais passa durante as tardes, e era nesse que me queriam, a mim e à minha mulher, para falar sobre sexualidade saudável num casal, isto porque tinham lido o meu blog. Perguntei o que tinha o meu blog a ver com sexualidade saudável num casal, ao que a minha mulher respondeu que só por cima do seu cadáver iria falar sobre intimidades num programa da televisão. Como adoro vê-la em situações que a deixam constrangida, consegui convencê-la, após me certificar que efectivamente não se tinham enganado no blogger. A primeira bronca começou com a necessidade de fazer uma reportagem na nossa casa:
- Na nossa casa? Mas fazer o quê?- perguntou-me a minha mulher.
- Querem nos vir filmar a passear pelo jardim de mãos dadas, a olhar para os passarinhos e a dar beijos um ao outro. E também querem umas fotos do nosso casamento, do tipo daquelas em que tu estás a fingir que falas para o telefone, embora eu prefira aquela em que tu estás com aquele ar angélico com as mãos juntas e encostadas à tua face. - isto para a picar, porque mulheres com mau feitio tem um “Je ne sais pas quai” (já faltava alguma intelectualidade ao blog) que me seduz.
Infelizmente não foi possível esse tipo de filmagens, e as fotos foram escolhidas a dedo pela minha mulher.
As filmagens consistiram em nos fazer falar à parte, sobre a nossa sexualidade. Achei estranho ela ter tanta coisa para contar, pois estive à espera da minha vez mais de meia hora. Isso deixou-me bastante preocupado, principalmente quando, com alguma frequência, começava a ouvir gargalhadas histéricas da zona de filmagem. Quando chegou a minha vez, despachei a coisa em 5 minutos, pois quando se trata de sexo, sou um gajo que vai directo ao assunto e sem rodeios.
Quando se foram embora, tentei saber o motivo de tanta gargalhada:
- Então, o que é que disseste, que era só alegria?
- Nada de especial. Apenas os informei que te tinha prometido não responder a algumas perguntas, mas que estava disposta a reconsiderar, desde que eles, de vez em quando, se rissem bastante e de forma a que tu os ouvisses.
Obviamente que não acreditei nela, pois o seu sentido de humor não é assim tão mórbido, pelo menos perante estranhos. Pelo que lá fomos então para o programa, tendo eu aproveitado para levar um livro para dar à Júlia (e é sempre bom recordar, todos os estimados leitores deste blog, que estamos no Natal, época ideal para oferecer livros que ajudem os casais portugueses a serem felizes) e, sinceramente, com algum receio do que iria ouvir da parte da minha mulher. Meteram-nos numa sala à espera. Para tentar descontrair, pus-me a ler o meu fabuloso livro, o qual é realmente espectacular (NATAL! OFERECER! LIVRO! VIDA DE CASADO!) depois de ter descoberto mais um erro ortográfico, lá nos chamaram. E pronto, o resto não me lembro, tirando talvez a vaga impressão de que destoámos no conjunto. Como conclusão, tenho a dizer-vos que a Júlia, ao contrário do que dizem as más-línguas, não grita assim tanto. Quem grita que se farta é a audiência, a qual, e não pode ser coincidência, é composta unicamente por mulheres.
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